Estava eu numa introspecção sobre o fenómeno humano português, quando de um só momento se fez luz sobre a melancia que trago em cima dos ombros. No nosso cantinho, todas as pessoas, mesmo as mais medríoces, ganham acesso directo ao olimpo no momento em perecem. Mas não são só as pessoas, este fenómeno da portugalidade estende-se mesmo a tudo, tanto a coisas físicas como a obras de criação humana.
No momento solene em que se finda a existência de algo, isso em Portugal faz logo que seja muito bom. Frases como no antigamente é que era, espelham bem isso.
Um actor de merda, que só fez novelas da TVI e assim, de um momento para o outro bate a bota e de repente ouve-se: «houve poucos como ele», «Portugal ficou mais pobre».
Um gajo qualquer morre e torna-se logo «bom homem» e que «tinha tanto para dar».
Muitos outros exemplos podiam ser dados, mas o melhor de todos a meu ver é o regime do Estado novo.
O Zé, o Tó, a Maria, etc., na casa dos 20 ou dos 30 em 1974, gritavam «viva a liberdade», «fora com os fachistas», etc. Agora volvidos 36 anos, são aqueles que votaram no Salazar para melhor português de sempre, que gritam em pleno pulmões que no tempo do Doutor é que era, entre outros.
Ora, somando dois mais dois a única conclusão que se pode tirar é que para alcançar a grandeza não se é preciso fazer algo, basta morrer.
JAZER É PODER.
P.S. Como toda a boa regra, esta também comporta uma excepção. Pedófilos, Incendiários de florestas e seres que vivem do rendimento social de inserção, são obviamente barrados à entrada.
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